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IGREJA BÍBLICA DA PAVUNA
Escola Bíblica de Jovens
Resposta: Religião x Artes Marciais
Pr. Edvon Siqueira
08 a 12 de Janeiro 2007

INTRODUÇÃO – O preparo deste estudo tornou-se um grande desafio, pois nunca havia parado para estudar o assunto, apesar de já ter pensado. Um assunto controvertido no cristianismo de hoje é se o cristão pode ou não praticar artes marciais. As quais em geral apresentam dois grandes problemas em relação aos princípios bíblicos; primeiro, existe a idolatria, praticada nas saudações, reverências e outros momentos, idolatria que se manifesta principalmente no início e no final de cada aula; segundo, e não menos importante, é que incute nos praticantes a idéia de que o poder está dentro de cada um, levando-os a visualizar "fontes de energia interior". Inicialmente vamos considerar três aspectos que considero importante.
                    Primeiro: alguns dizem que, por causa de sua origem não-cristã (misticismo oriental), nenhuma forma de arte marcial deveria ser praticada por cristãos. Entretanto, uma origem não-cristã, por si só, não pode ser um fundamento suficiente para se rejeitar as artes marciais, uma vez que este ponto de vista comete o que chamamos de "falácia genética". O que isto quer dizer? Uma falácia é um argumento enganoso, sem fundamento. O termo “genético” quer dizer neste caso "origem". Assim, uma "falácia genética" é um argumento infundado que pressupõe que uma vez que a origem de uma crença ou prática esteja errada (por não ter uma origem cristã), sem considerar o seu desenvolvimento, ela ainda estaria errada hoje.
                    De fato, se fôssemos coerentes ao aplicar esse tipo de lógica, nós deveríamos abandonar a astronomia, porque suas raízes encontram-se na prática da astrologia. Entre os movimentos religiosos que usam e abusam da falácia genética se encontram as chamadas "testemunhas de Jeová". Estas recusam comemorar aniversários natalícios, Natal, Ano Novo, etc., pelo simples fato destas práticas terem origem no paganismo. Em nenhum momento se leva em conta o desenvolvimento ou a evolução de uma crença ou prática. Ao invés de cometer a falácia genética, seria melhor tentar verificar o quanto de influência as crenças originais podem ter sobre um objeto de discussão, antes de descartá-lo prematuramente.
                    O segundo ponto de vista afirma que, contanto que o cristão separe os aspectos religiosos (misticismo oriental) das artes marciais, ele pode praticá-las.
                    Um terceiro ponto de vista é o de que as artes marciais não são compatíveis com o cristianismo por causa de sua natureza violenta.

A prática das Artes Marciais (Karate, Judô, Kung Fu, Tai chi, Taekwondo, etc.) é bem comum no Brasil; de norte a sul. Encontram-se academias oferecendo os mais diversos segmentos. Os praticantes, contam-se aos milhares; não obedecendo a uma faixa etária pré-definida, e possível encontrar crianças de 5 ou até menos anos a anciãos de 80. São inquestionáveis os resultados físicos advindos da prática de tais esportes.

”Não existem registros escritos precisos sobre a origem das artes marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos. A história das artes marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, quando no ano 520 A.D. um monge budista indiano chamado Bodhidharma - 28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen - deixou seu país e partiu numa longa jornada em busca da iluminação espiritual. Bodhidharma (conhecido no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho e pregando sua doutrina aos monges ou a quem quer que fosse. Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Diz à lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que lhes transmitia os fundamentos da filosofia Zen, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente.” www budokan.com.br
    Realmente a Bíblia não fala sobre artes marciais, não encontraremos nada específico a respeito do tema, até porque a Bíblia foi escrita em épocas e regiões distintas às origens das artes marciais. No entanto, a Bíblia mostra os princípios nos quais devemos andar, sendo importante conhecermos um pouco dessas origens e analisarmos os assuntos para ver como se encaixam.

I. DEFINIÇÃO
                Artes marciais é o termo genérico para vários tipos de lutas originarias no Oriente. A maior parte das artes marciais praticadas hoje veio da China, do Japão e da Correia. Existem centenas de artes marciais, cada uma dividida em estilos ou sistemas específicos. A maior parte delas compartilha de técnicas comuns. Mas não há nenhuma superior em arte ou estilo. Cada qual tem sua vantagem, dependendo do que o indivíduo pretende com ela.

                Tecnicamente, as artes marciais dividem-se em duas categorias: percuncientes e não percuncientes. Nas lutas percuncientes, como o caratê-do e o tae kwon do, os lutadores batem e chutam com suas mãos, pés, cotovelos, joelhos ou até a cabeça. Nas lutas não percuncientes, trata-se de derrubar, dar chaves, neutralizar o oponente sem lhe bater. O judô e o aikidô são as artes marciais mais populares nesta categoria.

                O uso de armas costuma fazer parte do treinamento avançado das artes marciais, para preservar uma antiga tradição. Em algumas lutas, contudo, as armas fazem parte do treinamento básico. A maioria das armas é de madeira ou metal. Não se utilizam armas de fogo.

Hoje, Praticam-se as artes marciais como exercício, como autodefesa ou como esporte. Os esportes marciais têm muitas variações, desde o judô e o caratê tradicional, em que os golpes se fazem sem contato, até o boxe tailandês e o caratê do contato pleno, cujo objetivo é vencer por nocaute, como no boxe tradicional.
II. DIVISÃO
                    Para avaliarmos este ponto de vista, precisamos examinar brevemente algumas das principais ramificações das artes marciais. 
  A. Aikido
                    Significa "o caminho para a união com a força universal". Esta força impessoal é conhecida como "chi". O objetivo do Aikido é controlar tanto a si mesmo como o ambiente. Ironicamente, esta arte marcial é a mais compatível com o cristianismo no que diz respeito à sua natureza não-violenta; contudo, ela está imutavelmente mergulhada no misticismo oriental. 
  B. Judô e Jiu-jítsu
                    O Judô envolve técnicas de agarramento e lançamento ao chão. O Jiu-jítsu concentra-se em travar as articulações humanas e ocupa-se com as maneiras de dar golpes e manobras. Ambas as formas têm uma ênfase espiritual muito baixa. 
  C. Caratê
                    O caratê envolve meditação, que normalmente inclui o esvaziamento da mente da pessoa de todas as distrações externas. É nesse ponto que o caratê torna-se perigoso. Todavia, uma vez que o caratê é primariamente uma arte marcial física, o aspecto da meditação pode ser separado dele. 
  D. Kung Fu
                    O Kung Fu é muito diverso. Há estilos diferentes de Kung Fu. As formas mais tradicionais aderem de perto às suas raízes filosóficas budistas, enquanto as formas menos tradicionais concentram-se mais nos aspectos físicos. Geralmente, o Kung Fu é mais místico que o Caratê. 
  E. Ninjitsu
                    De modo geral, o Ninjitsu não é compatível com o cristianismo. Os Ninjas tentam assimilarem-se a si mesmos com a natureza a fim de serem mais dissimulados, escondidos. A cosmovisão por trás do ninjitsu é o panteísmo (corrente filosófica que confunde o Criador com criatura e vice-versa, em outras palavras, Deus é tudo e tudo é Deus), que contradiz a visão cristã de que Deus não é o universo, mas o Criador do universo (Gn 1:1, 2). A visão cristã de Deus não admite tomarmos o Absoluto pelo relativo, o Infinito pelo finito. 
  F. Tae Kwon Do
                    O Tae Kwon Do é uma forma de arte marcial orientada para o esporte e o físico. É uma das formas de defesa pessoal oriental mais compatível com o cristianismo. 
  G. Tai Chi Chuan
                    O Tai Chi Chuan envolve a prática do taoísmo. A fim de alcançar o bem-estar físico, o estudante de Tai Chi Chuan deve estar harmonizado com o universo ao concentrar-se abaixo da parte central do corpo, ou seja, o umbigo (que, segundo dizem, é o centro psíquico do corpo). 
"Tai Chi é um modo de vida que tem sido praticado pelos Chineses por milhares de anos." "As teorias Tai Chi foram facilmente aplicadas às artes marciais. Mente e corpo em harmonia com a ordem natural das coisas era a regra do Tai Chi. Isto ofereceu uma direção e desenvolvimento completamente diferente das outras formas técnicas de luta. O Tai Chi também desenvolveu alguns resultados em termos de habilidades humanas que surgem do poder da mente e assim tornou-se a arte marcial mais poderosa, que já foi conhecida."
                    O Tai Chi Chuan não pode ser conciliado com o cristianismo.
III. DEFESA
                    Em vista do acima exposto, fica claro que certas artes marciais não podem ser separadas da sua cosmovisão oriental, enquanto outras podem. O Aikido, o Ninjitsu e o TaiChi Chuan são os mais incompatíveis com o cristianismo. Em última análise, se o cristão pode ou não participar de uma dessas artes marciais que podem ser conciliadas com o cristianismo, deve levar em conta alguns princípios bíblicos.

   A. A pratica de esporte é legitimo
Esporte é a pratica de exercício físico, individual ou em equipe, competitivo ou não {1Co 9.23-27}. Alias naquela época já existiam as lutas nas arenas. Paulo não usaria uma pratica profana para ilustrar nossa vida cristã. Desta forma não podemos considerar a pratica de artes marciais errado simplesmente por se tratar de um esporte, assim como: o futebol, o basquete, o voley, etc...
   B. A filosofia
                Filosofia é sabedoria humana em contraste com o conhecimento revelado por Deus {Cl 2.8). A filosofia praticada, de maneira geral, se opõe à obra redentora que Jesus, o Cristo, realizou por Sua morte e ressurreição. Se o instrutor promove o misticismo oriental, o cristão deveria deixar a escola. Se o instrutor separa a prática da arte marcial da filosofia por trás dela, então caberá ao cristão, utilizando sua boa consciência, participar, lembrando princípios bíblicos que podem ajudar nesta decisão.

As profundas ligações entre as artes marciais e as filosofias orientais são incontestáveis, são visíveis nas reverências e nas atitudes dos seus praticantes. Não os condeno, afinal, a liberdade e o direito de culto, e a prática das mais diversas filosofias religiosas estão asseguradas na Constituição Federal. Mas, vejo com profundas restrições a adesão dos cidadãos que professam a fé evangélica; a incompatibilidade com os princípios bíblicos é notória.

                O cerne da questão é: A maioria, se não todas, das artes marciais traz uma filosofia embutida, que, geralmente, enfocam o poder da mente e voltam o centro dos interesses para o eu, embora possam trazer outros conselhos úteis. Desta forma, para os cristãos, é impossível conciliar esses dois "mundos", a verdade, que conhecemos, com as teorias pagãs que vêm no "pacote".



Você há de concordar que o terreno é deveras perigoso quando enveredamos por caminhos desconhecidos, ainda mais se nos concentrarmos em nosso "poder", como sugerem as filosofias orientais, pois o próprio nome "cristão" nos remete a uma dependência completa de Cristo.

Mesmo vivendo em dias nos quais as igrejas estão cada vez mais permissivas e tendenciosas a copiar as práticas comuns aos não evangélicos. É imperioso ouvir-se Espírito Santo e que os corações sejam sensibilizados para a verdade da impossibilidade da modernização do evangelho, afinal, a palavra é imutável.

As filosofias diversas, não devem encontrar lugar no coração do homem que procura santificar-se e ser instrumento nas mãos do Senhor Deus. É preciso que haja discernimento do Espírito, afinal, a vida que nos é proporcionada deve ser exclusivamente para honra e gloria do Eterno, e isto com todas as forças possíveis. E nesta visão, é preciso abrir-se mão de muitas atitudes aparentemente normais e inofensivas à vida espiritual.

   C. A motivação
                    Praticarei artes marciais objetivando a glória de Deus ou a minha própria glória? (Fl. 3:19). Contudo, será a motivação que determinará se o crente deverá ou não praticar artes marciais. Pergunte-se: Por que quero praticar artes marciais? Para mostrar que posso bater em qualquer um? Para afligir o meu próximo? Se estas forem às motivações, então seria melhor nem começar. Porém, se a intenção incluir melhorar a condição física, ou mesmo a defesa pessoal (caso haja necessidade), então, pelo que parece, não deveria haver nenhuma objeção quanto ao cristão se envolver com as artes marciais.
                É preciso ter em mente que a "autodefesa" realmente não existe, pois a arte marcial te prepara para enfrentar determinadas situações de perigo mas só quem te protege é Deus. Se você se deixar levar pela autoconfiança, estará em pecado. É realmente muito perigosa para a saúde espiritual a prática de uma arte marcial, ainda que por puro esporte (Sl. 25:15).

Mantendo os olhos em Jesus, Ele não nos deixará cair nas armadilhas do inimigo. Assim, o que se precisa realmente praticar é manter os olhos n'Ele. Esportes, existem muitos outros que não oferecem os riscos e as tentações das artes marciais.
   D. A consciência do próximo
                    Cabe a cada cristão respeitar a consciência do seu irmão. Um pouco de tolerância em questões não essenciais da fé cristã não faz mal a ninguém. (Romanos 14:1-12; I Co. 10:18). A pratica de artes marciais pode ser evitada para que meu irmão não peque, então devo estar disposto a fazer isso.
   E. Domínio próprio
                    Praticarei este fruto do espírito (Gl. 5:23). A pessoa precisa examinar a si mesmo e ver se terá condições de aprender estas artes marciais e não usá-las violentamente, este mesmo principio vale para outras praticas esportivas, como: futebol, sinuca, baralho. Se não sou capaz de exercer o domínio próprio devo evitar.
   F. Evitar a violência
                    Esta é uma posição legítima, porque muitas passagens nas Escrituras falam contra a violência (Mt 26:52). Entretanto, outros cristãos chamam a atenção para o fato de que, quando Jesus falou com soldados, ele não disse que combater fosse moralmente errado (Mt 8:5-13). Além do mais, o apóstolo Paulo indicou que havia um uso legítimo da força pelo governo ao punir os malfeitores (Rm 13:1-5). É verdade que estas passagens não apóiam diretamente ou indiretamente as artes marciais (nem poderiam, pois não foram escritas para essa finalidade).
CONCLUSÃO – Os versículos supracitados levaram muitos cristãos a concluir que a Bíblia não condena a autodefesa. Apesar de apoiarmos esta conclusão, reconhecemos que o assunto de autodefesa é um daqueles que deve ser determinado pela consciência de cada crente, individualmente. Devem-se pesar os prós e os contras, e em sã consciência, perante Deus, decidir se irá ou não praticar artes marciais. Essa é uma questão de decisão pessoal. Recomendamos que o cristão tenha em mente os seguintes fatores, caso resolva praticar uma arte marcial: 
1.      Primeiro, o cristão deve estar ciente de que, sendo esta uma área controvertida, ele deve ser cuidadoso para não causar tropeço a um irmão mais fraco (Rm 14). Ele não deixa de ser seu irmão, apesar de ser "fraco", ou de ter uma mentalidade incapaz de discernir entre o que é uma questão de fé coletiva ou uma de ordem pessoal. Mas, não deixa de ser lamentável que alguns "fracos" tentem impor a sua consciência aos seus irmãos. Todo o extremo deve ser combatido, não com violência, mas com mansidão e sabedoria. 
2.      Segundo (principalmente para os jovens), o cristão deve resistir à tentação de começar uma briga. 
3.      Terceiro, o cristão não deve permitir que uma arte marcial enfraqueça seu compromisso com Cristo (Hb 10:25). A arte marcial não deve ocupar o primeiro lugar na vida de um crente. Isso seria idolatria, pois se Deus não ocupa o primeiro lugar, então o seu "substituto" se torna o seu ídolo. Finalmente, o cristão deve orar, e examinar sua consciência e seus motivos para se envolver com artes marciais. 
                    Estes passos assegurarão que o envolvimento de alguém com uma arte marcial estejam baseados não em motivos fúteis, mas numa consideração bem refletida.
        
http://www.web-brasil.com/evangelicos
http://am.brasil.com.br/listeo/
http://www.terravista.pt/Bilene/2810/base/materias.htm
www.bibliaonline.net/aconselhamentos/?acao=resposta&numero=1328&lang=BR



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PROGRAMAÇÃO DA IGREJA

DOMINGO
Manhã : de 08:00 as 10:00 horas (E.B.D)
Classes : Integração,Adultos,Jovens,Adolescentes,primarios,pricipiantes e berçario.
Noite: Sala de Missões 17:00 as 17:50
Das 18:00 as 20:00 horas (Culto de Louvor)
Culto Infantil: 0 a 12 anos
QUARTA FEIRA
Noite: Das 19:00 as 21:00 horas (Culto de Oração)
SEXTA FEIRA
Noite: 18:00 as 20:30 horas (OANSE)